sexta-feira, 28 de junho de 2013

3. [ou 4] palavras.bastavam.

Sabes, nem sei porque te escrevo sem que algum dia venhas a saber que te escrevi. Sem que algum dia saibas que eu quis que soubesses apenas porque sei que não ias saber (através dos veículos de comunicação tradicional entre seres humanos). Sabendo que já sabes e não sabes simultaneamente. Sem que algum dia alguém que leia isto saiba o que te disse, não dizendo. Eu sei que tu sabes sem o ler. Tu sabes que eu sei tudo o que queres que eu saiba sem me dizeres. Tendo em conta todo o tempo que já passou desde que um e o outro sabemos tudo sem saber como fazer para que o outro saiba, mas sabendo a inutilidade disso porque ambos sabemos, tenho a sensação que nesta caminhada prosseguiremos. Lado a lado. Tu sempre grande. Eu sempre pequena.[Um horizonte pela nossa frente, eu e tu a caminhar lentamente sob as folhas outonais, em silêncio, num fim de tarde luminoso, por exemplo, porque não imaginar? / visão fotográfica ...].

Parece fatalista. Banal. Dramático. (não é assim a vida nos momentos fundamentais?) mas vou terminar este texto com: Até que a morte nos separe.

p.s. - (acho que finalizei isto num tom muito católico e não gostei!! é porque a história não acaba bem assim, afinal)

terça-feira, 7 de maio de 2013

Observações da vida quotidiana

Mesmo no padrão estereotipado. Nessa intensa repetição externa/interna, podemos encontrar a individualidade,

Mesmo assim, é inevitável encontrar os pontos de união entre os elementos, sendo eu mesma parte desse aglomerado enquanto observadora da realidade na qual me julgo ou quero aparte, mas à qual inevitavelmente pertenço.

Mesmo que sejam meras amostras, surge um momento de particular beleza ao imaginar-lhes uma vida, uma história ... talvez mais singular do que a generalidade que representam ...Talvez numa busca incessante, no exercício desesperado do cultivo da esperança no ser humano.

Como é ténue este lugar.
Como lhe antecipo os personagens e ações.

Por isso busco sofregamente ...
um outro.


terça-feira, 26 de março de 2013

Revólver Mental

Buscar, pressentir, viver.
Entre as eternas danças das mortalidades,
(as frequências rítmicas do eterno pêndulo)

Por pensar,
Peso este lento pesar dos meus passos.

E as sombras passam
E o tempo passa.
E a água corre.

E eu,
EU.
eu.
 
Fico,
Permeneço.
Errante.
Prostrada.
Dominada.
Restos de mim, tendo o poder universal que é viver, pensando.


Coimbra, 27 de Março de 2013

sexta-feira, 7 de setembro de 2012

Pêndulo - sem eira nem beira

[Ao som de Chopin, por Maria João Pires]


Vivo numa espécie de pêndulo.


Ora, viajo entre pessoas, emoções, caminhos.

Nunca permaneço.



Movimento-me como que desordenadamente, restringida pelo espaço físico e pelo tempo.


Entre eles, vou.

Deixo-me ir, como que sem alternativa.



Entre o tempo, entre o espaço, entre todas as dimensões, busco-me.

Nunca parto inteiramente, pois regresso.

Nunca fico, porque vou.



E assim, neste movimento hipnótico,

permito-me existir.

terça-feira, 24 de julho de 2012

As Pessoas e os Lugares




Existe em mim uma espécie de inquietação

Constante.

Persistente.

Quase dolorosa. Tal como o tempo o é.

O tempo e Este espaço.



Talvez por isso exista em mim uma espécie de dromomania.

A atitude de fuga.

Como se viajasse de ilusão em ilusão para me manter Viva no Mundo,

regressando por vezes para só Me sentir.

Como se o direito de paz fosse um privilégio reservado para apenas alguns.

Não eu.



Alguém em constante guerrilha.

Para cada uma, haja pelo menos uma Revolução.

A luta entre os locus.

Interno. Externo.



Vivo a inadaptação constante ao habitat dos outros, que nunca sinto como o meu.

Porque pertenço à Terra de Ninguém.

Acredito, por vezes, até, quem sabe, sim, até ...

Que lá poderei estar bem, quem sabe.



Mas:

Onde estarão os lugares dentro de mim?

Que lugares são esses?

Existem?

ExistO?

sexta-feira, 13 de julho de 2012

Persona



Onde foi que te perdeste?

quinta-feira, 12 de julho de 2012

Atitude




Se a Luz existe, que a descubras.

Se existe um Caminho que te leva onde queres, que o trilhes.

Se existe Aventura, que a pratiques.

Se existe a Paixão, que a vivas.

Se existe Paz, que a cultives.

E se na Noite profunda fores capaz de ver, que te reconheças.




Mas


quando a Coragem te falta para tudo isto, 


para quê,

porquê,

para quem,


Existes 
?